A disputa global por talentos

Com o advento do trabalho remoto, a competição por talentos se acirrou

Por anos ouvimos sobre o risco de apagão de talentos em tecnologia — algo que já vinha se materializando e se acentuou com a aceleração das iniciativas digitais das companhias em resposta à pandemia. Se isto já não fosse um desafio suficiente, temos agora uma competição global por talentos.

Com a possibilidade do trabalho remoto — algo que deverá ser mantido em boa medida — os profissionais que não residem nos grandes centros ou que não desejam ser expatriados, podem trabalhar a partir de suas casas para companhias sediadas em qualquer lugar do planeta.

Essa mudança na configuração das organizações trazida pelo trabalho remoto possui uma série de aspectos positivos, uma vez que amplia oportunidades para profissionais em todo o país e propicia o desenvolvimento da carreira em grandes empresas mesmo estado fora dos grandes centros.

Ainda que a formação em programação e outras competências técnicas possam ser obtidas fora da universidade — o que é uma tendência — ainda faz sentido monitorar o volume de profissionais que se forma anualmente para definir estratégias para suprir a demanda crescente.

Cientes desse apagão de profissionais de tecnologia, as empresas precisam desenvolver a competência de formar e reter profissionais, assumindo grande parte da responsabilidade que até então era das universidades. Isso passou a ser vital para sustentar os esforços de transformação digital.

Mesmo com o surgimento de ofertas educacionais complementares que buscam sanar este problema — tais como a Tera, Digital House, Trybe, Code Nation e tantas outras — as empresas já entenderam que precisam se transformar em escolas para profissionais de tecnologia, podendo assim desenvolver conjuntamente os aspectos culturais e comportamentais nestes profissionais.

Neste cenário em que profissionais de tecnologia e dados são escassos, o poder nos processos seletivos foi mudando gradativamente da empresa para o candidato a ponto das empresas desenvolverem estratégias de atração e promoção de sua marca para se tornarem desejadas.

Por fim, chamo a atenção para o papel das lideranças na atração e retenção de talentos. Mais do que nunca os líderes precisam assumir um papel protagonista nessa jornada, que nem de longe é um desafio apenas das áreas de recursos humanos.

A pessoas não admiram apenas marcas, elas admiram acima de tudo outras pessoas com quem desejam trabalhar e aprender. Neste sentido, temos que dedicar energia para agirmos dessa forma inspiradora no dia a dia. Ainda que a pressão por resultados seja forte, estes devem ser buscados de uma forma que tenhamos orgulho da forma com que os alcançamos.

Nenhum resultado trimestral supera o prejuízo de perder bons profissionais ao longo do caminho. O custo de repor uma vaga de um profissional talentoso que deixou a empresa é infinitamente maior do que o benefício de curto prazo que alcançado de uma maneira nociva.

Sendo assim, devemos nos apropriar enquanto líderes das estratégias de employer branding para aumentarmos a nossa competitividade nessa disputa por talentos. Apenas com o melhor time é possível alcançar os melhores resultados. Dedique-se a manter e desenvolver o melhor time! Essa é a habilidade maior esperada de um grande líder.

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